A Importância da Atividade Física Terceira Idade
Pagina de Estudos das Apostilas
A Importância da Atividade Física na Terceira Idade
(Robert Collier)
Os Programas de Saúde do Idoso tem por objetivo garantir a atenção integral à Saúde das pessoas com 60 anos ou mais. Os benefícios dos exercícios físicos na terceira idade são muitos.
Saiba mais!
O brasileiro está vivendo mais. A expectativa de vida no Brasil chegou a 76 anos, de acordo com a projeção de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o maior desafio das atuais gerações é alcançar a longevidade com qualidade de vida. Porque, para viver muito, é preciso viver bem! Uma série de hábitos positivos pode colaborar para uma terceira idade saudável, e um deles é a prática regular de atividades físicas. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) recomenda que a prática de exercícios físicos esteja na rotina de pessoas de qualquer idade, uma vez que os exercícios vão se refletir na qualidade de vida e no envelhecimento ativo. E vale lembrar que os benefícios não são apenas físicos, mas também psicológicos e sociais, uma vez que também podem influenciar na autoestima do idoso.
Os principais benefícios da prática de atividades físicas na terceira idade:
- Melhora do condicionamento físico e disposição
- Melhora da qualidade do sono
- Diminuição da ansiedade e do estresse
- Ampliação do contato social
- Controle do peso
- Melhora na mobilidade e no equilíbrio
- Melhora no controle da pressão arterialAtividades Aquáticas Exercícios físicos na água, como natação e hidroginástica, e realizados com a orientação de um profissional, propiciam o fortalecimento dos músculos e melhoram a saúde cardiovascular e respiratória, e têm como vantagem o impacto reduzido pela água. Também podem diminuir o estresse nas articulações.
- Preservação dos ossos e articulações
- Melhora dos quadros de dor em geral
- Promoção da independência e autonomia
Caminhada
Descrita por muitos como o exercício perfeito, pela facilidade de executar e seus benefícios, a caminhada ajuda a prevenir problemas como a obesidade, fortalece ossos e articulações, melhora a circulação sanguínea, capacidade cardíaca e pressão arterial. A SBGG recomenda a caminhada (passos rápidos) entre 30 minutos e uma hora por dia.
Dança
Além de muito prazerosa, a dança permite o exercício de vários grupos musculares e propicia benefícios na agilidade, coordenação motora e equilíbrio. A prática também pode estimular o convívio social, promovendo a interação com outras pessoas e se refletindo na autoestima do idoso.
Atividades Aquáticas
Exercícios físicos na água, como natação e hidroginástica, e realizados com a orientação de um profissional, propiciam o fortalecimento dos músculos e melhoram a saúde cardiovascular e respiratória, e têm como vantagem o impacto reduzido pela água. Também podem diminuir o estresse nas articulações.
Alongamento
Os exercícios de alongamento também aparecem como opções simples e eficazes para melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida dos idosos. Uma vertente é o pilates, método que já conquistou a terceira idade, por trabalhar o corpo com movimentos desse tipo. A atividade contribui para a flexibilidade, o equilíbrio e o fortalecimento da musculatura. Pode ser feito em estúdios específicos para a prática e alguns exercícios podem ser realizados em casa, sob a supervisão de um profissional capacitado.
O Ministério da Saúde criou a Caderneta da Pessoa Idosa para ser implantada em todo o Brasil, sendo que este material chegou em Prudentópolis no ano de 2007 e uma equipe multiprofissional estudou a melhor forma de implantá-la. A caderneta é de suma importância para o acompanhamento do bem estar do idoso como também, através dela deve-se criar um elo entre a pessoa idosa e a Secretaria de Saúde.
O programa está inserido na Atenção Básica de Saúde e tem como prioridade a prevenção, tendo expectativas de resultados a médio/longo prazo.
HumanizaSUS
A Política Nacional de Humanização (PNH) – HumanizaSUS existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
O Sistema Único de Saúde (SUS)
Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme rege o artigo 195 da Constituição. Fazem parte do Sistema Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos - incluindo os universitários, os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), os serviços de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, vigilância ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - e o Instituto Vital Brazil.
Biossegurança
A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do trabalhador eou paciente, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e operacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade. Uma outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais.
A Lei de Biossegurança - Nº 11.105
Art. 1º Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se atividade de pesquisa a realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, como parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de OGM e seus derivados, o que engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.
O órgão regulador dessa Lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, integrada por profissionais de diversos ministérios e indústrias biotecnológicas. Exemplo típico de discussão legal da biossegurança são os alimentos transgênicos, produtos da engenharia genética.
Por outro lado, a palavra biossegurança, também aparece em ambientes onde a moderna biotecnologia não está presente, como indústrias, hospitais, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades, etc., no sentido da prevenção dos riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, envolvidos em processos onde o risco biológico se faz presente ou não. Esta é a vertente da biossegurança, que na realidade, confunde-se com a engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a saúde do trabalhador, a higiene industrial, a engenharia clínica e a infecção hospitalar.
Perigo⇒Toda fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos em termos de lesão ou doença.
Risco ⇒Está associado à exposição ao perigo.
É necessária a adoção de boas práticas, uso de cabine de segurança biológica, EPI, desenho estrutural e organização do laboratório.
Regras e práticas de biossegurança e higiene devem ser definidos pelos estabelecimentos em conformidade com as legislações vigente e devem atender as necessidades e especificidades de cada setor.
Uma não conformidade está relacionada a processos que geraram resultado insatisfatório.
Casos de Acidentes
Em caso de exposição a agentes biológicos patogênicos, notificar ao profissional responsável. O acidentado deve ser encaminhado para avaliação médica, vigilância e tratamento. O registro desses episódios devem ser mantidos assim como das providências que foram tomadas.
Prevenção
As áreas de trabalho devem ser arrumadas e limpas e não devem possuir materiais que não sejam pertinentes às suas atividades.
Humanização
A humanização é descrita, no campo da saúde, como uma aposta ético-estético-política. É uma aposta ética porque envolve a atitude de usuários, gestores e profissionais de saúde comprometidos e co- responsáveis. É estética porque se refere ao processo de produção da saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas. E é política porque está associada à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS.
Referências Bibliográficas
Sobre o autor: LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm
Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Biosseguran%C3%A7a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
flaviosierve@gmail.com. Blog da Qualidade. O que é Não Conformidade? Disponível em: https://www.gestaoporprocessos.com.br/o-que-e-nao-conformidade/
Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS). Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus
Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde
Fiocruz. Humanização. Disponível em: https://pensesus.fiocruz.br/humanizacao
Fiocruz.Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso. Disponível em: https://saudedapessoaidosa.fiocruz.br/programa-de-aten%C3%A7%C3%A3o-integral-%C3%A0- sa%C3%BAde-do-idoso
Unimed.22 Outubro 2018.Atividade física na terceira idade. Disponível em: https://www.unimed.coop.br/web/riograndedonorte/viver-bem/saude-em-pauta/atividade-fisica-na- terceira-idade
Design instrucional e pesquisa em: 13/04/2021
O sucesso dos pequenos gestos repetidos dia a dia
Referências bibliográficas
O papel do cuidador de idosos..........................................................2
Demências: higiene, alimentação, eliminações e supervisão .........3
Alterações fisiológicas do envelhecimento......................................6
Primeiros socorros da pessoa idosa ................................................7
Estatuto do Idoso ...............................................................................8
Idoso, família e sociedade.................................................................9
Serviços de assistência ao idoso no Brasil....................................10
Feridas e úlcera por pressão, prevenção e cuidados.....................11
Situações de risco, prevenção e cuidados .................................... 12
O Papel do Cuidador de Idosos
O acompanhante de idosos permanece com a pessoa assistida ou vai com ela para outros lugares, seja pela necessidade ou simplesmente pelo lazer. O ato de cuidar é complexo. O cuidador e a pessoa a ser cuidada podem apresentar sentimentos diversos e contraditórios, tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez. Esses sentimentos podem aparecer juntos na mesma pessoa, o que é bastante normal nessa situação. Por isso precisam ser compreendidos, pois fazem parte da relação do cuidador com a pessoa cuidada.
É importante que o cuidador perceba as reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor maneira possível. O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reações e comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador vai alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou não quer tomar banho. É importante que o cuidador reconheça as dificuldades em prestar o cuidado quando a pessoa cuidada não se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus sentimentos de frustação sem culpar-se.
O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato é enorme. Esse cuidador necessita manter sua integridade física e emocional para planejar maneiras de convivência. Entender os próprios sentimentos e aceitá-los, como um processo normal de crescimento psicológico, talvez seja o primeiro passo para a manutenção de uma boa qualidade de vida.
É importante que o cuidador, a família e a pessoa a ser cuidada façam alguns acordos de modo a garantir uma certa independência tanto a quem cuida como para quem é cuidado. Por isso, o cuidador e a família devem reconhecer quais as atividades que a pessoa cuidada pode fazer e quais as decisões que ela pode tomar sem prejudicar os cuidados. Incentive-a a cuidar de si e de suas coisas. Negociar é a chave para se ter uma relação de qualidade entre o cuidador, a pessoa cuidada e sua família.
Demências: Higiene Alimentação, Eliminações e Supervisão
Demência é uma categoria genérica de doenças cerebrais que gradualmente e a longo prazo causam diminuição da capacidade de raciocínio e memória, a tal ponto que interfere com a função normal da pessoa.
Outros sintomas comuns são problemas emocionais, problemas de linguagem e diminuição da motivação. Geralmente a consciência da pessoa não é afetada.
O tipo mais comum de demência é a doença de Alzheimer, responsável por 50 a 70% dos casos. Entre outras causas comuns estão a demência vascular (25%), demência com corpos de Lewy (15%) e demência frontotemporal. Entre outras possíveis causas, menos prováveis, estão a hidrocefalia de pressão normal, doença de Parkinson, sífilis e doença de Creutzfeldt-Jakob.
A mesma pessoa pode manifestar mais de um tipo de demência. Uma minoria de casos é de origem hereditária. No DSM-5, a demência foi reclassificada como perturbação neurocognitiva, com vários graus de gravidade. O diagnóstico tem por base a história da doença e exames cognitivos, complementados por exames imagiológicos e análises ao sangue para despistar outras possíveis causas. Um dos exames cognitivos mais usados é o mini exame do estado mental. As medidas para prevenir a demência consistem em diminuir os fatores de risco como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e obesidade. Não está recomendado o rastreio na população em geral.
A demência é um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente as pessoas da terceira idade. Todavia a expressão demência senil, embora ainda apareça na literatura, tende a cair em desuso. A maior parte do que se chamava demência pré-senil é de fato a doença de Alzheimer, que é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade. Embora existam casos raros diagnosticados de pessoas na faixa de idade que vai dos 17 anos aos 50 anos e a prevalência na faixa etária de 60 aos 65 anos esteja abaixo de 1%, a partir dos 65 anos ela praticamente duplica a cada cinco anos. Depois dos 85 anos de idade, atinge 30 a 40% da população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde a exposição aos disruptores endócrinos poderá desencadear a doença de Alzheimer.
A demência pode ser descrita como um quadro clínico de declínio geral na cognição como também de prejuízo progressivo funcional, social e profissional. As demências mais comuns são:
Demência no mal de Alzheimer;
Demência vascular e;
Demência com corpos de Lewy.
No dicionário internacional de doenças outras demências são classificadas como:
CID 10 - F02.0 Demência da doença de Pick
CID 10 - F02.1 Demência na doença de Creutzfeldt-Jakob
CID 10 - F02.2 Demência na doença de Huntington
CID 10 - F02.3 Demência na doença de Parkinson
CID 10 - F02.4 Demência na doença pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Esses diagnósticos não são exclusivos sendo possível, por exemplo, a existência de Alzheimer simultaneamente com uma demência vascular. Outras classificações incluem a demência na Síndrome de Korsakoff.
Atualmente, o principal tratamento oferecido para as demências baseia-se nas medicações inibidoras da colinesterase (donepezil, rivastigmina ou galantamina), que oferecem relativa ajuda na perda cognitiva, característica das demências, porém, com uma melhora muito pequena. Nesse sentido, a melhora das funções cognitivas verificadas no estudo avaliado não pode ser relacionada apenas a esse tipo de medicação
O exercício mental tem um papel fundamental na preservação de uma boa saúde mental.
Uma dieta funcional e exercícios físicos associados também demonstraram serem protetivos contra o desenvolvimento da demência ou para diminuir o curso progressivo dessa patologia. Não obstante, pessoas com tendência à demência que utilizaram vitaminas antioxidantes (vitaminas C e E, por exemplo) apresentaram menor perda cognitiva que pessoas que não utilizaram tal recurso.
A deficiência de vitamina D está associada a um risco significativamente maior do desenvolvimento de demências incluindo a doença de Alzheimer.
Assim, o diagnóstico precoce da demência é um aspecto importante para que os tratamentos existentes possam diminuir a progressão das perdas cognitivas, funcionais, sociais e profissionais em pessoas com esta patologia. Conforme demonstrou o estudo de Bragin et al. (2005), o tratamento deve ser integrativo, envolvendo uma equipe multidisciplinar, com medicações específicas e suplementação alimentar, além de uma mudança do estilo de vida que inclui exercícios físicos moderados, cessação do uso do fumo, uma alimentação adequada e uma vida com o máximo possível de atividades.
Uma abordagem integrativa pode reduzir o curso das perdas cognitivas da demência, porém, ainda não existem tratamentos que possam "curar" integralmente essa patologia. Assim, a prevenção ao longo da vida é o melhor recurso existente. É importante durante a vida manter uma alimentação saudável e exercícios físicos regulares; bem como na aposentadoria torna-se imprescindível manter um estilo de vida ativo.
Em questão aos exercícios físicos, segundo Pérez e Carral (2008), estes apresentam um potencial de melhorar a plasticidade do cérebro, reduzindo as perdas cognitivas ou minimizando o curso progressivo da demência. A importância dos exercícios físicos no tratamento da demência pode ser apoiada por outros estudos.
A demência, chamada de transtorno neurocognitivo maior ou ligeira na DSM-V, corresponde a uma alteração progressiva de áreas do cérebro, resultando em alterações da memória, comportamento, linguagem e personalidade, interferindo diretamente na qualidade de vida da pessoa.
A demência pode ser interpretada como um conjunto de sinais e sintomas relacionados a alterações cerebrais que pode ter causas diversas, sendo mais frequentemente associada ao envelhecimento.
Alterações Fisiológicas do Envelhecimento
O envelhecimento, de uma forma geral não é uniforme, alguns idosos apresentam alterações importantes, como o desequilíbrio, e outros não. O que ocorre, de forma geral, é um conjunto de transformações estruturais e funcionais que se acumulam de forma progressiva e específica para cada indivíduo.
Ocorrem também alterações na composição corporal do idoso, como por exemplo, o aumento da gordura corporal. Para se ter ideia, com 75 anos de idade o indivíduo tem praticamente o dobro de gordura que ele tinha com 25 anos. Dessa forma, tem-se um aumento expressivo da quantidade de tecido adiposo.
Outra alteração relevante é a redistribuição desse tecido adiposo. Ocorre uma redução da quantidade de gordura nos membros (braços e pernas) e um aumento do acúmulo de gorduras na região do tronco, aumentando, assim, a chamada gordura central. Quando essa gordura está intrínseca aos tecidos mais internos (viscerais), tem-se aumento da probabilidade de o indivíduo apresentar doenças cardíacas.
Um problema importante é a tolerância à glicose que está alterada, por isso o idoso pode apresentar aumento da glicemia que é inata ao processo de envelhecimento e pode gerar dificuldade em diagnosticar o diabetes, embora esta seja uma morbidade com alta prevalência nesse grupo populacional. Dessa forma, é preciso diferenciar o que é o aumento da glicemia associada ao processo de envelhecimento e o que é o aumento da glicemia devido ao diabetes.
Deve-se fazer a diferenciação entre as alterações fisiológicas do envelhecimento (senescência) das alterações do envelhecimento patológico (senis) e, para tanto, é necessário conhecer e distinguir o considerado normal do patológico.
Envelhecimento, nos seres humanos, é o processo de desgaste do corpo (ou das células), depois de atingida a idade adulta.As causas do envelhecimento ainda não são totalmente conhecidas; teorias propõem que acúmulo de danos (por exemplo, mutações no DNA) possa causar aumento de falhas no organismo. Outras teorias propõem que o envelhecimento possa ser programado geneticamente.
Primeiros Socorros da Pessoa Idosa
A hipoglicemia é uma complicação que consiste na baixa da taxa de açúcar no sangue e acomete predominantemente em diabéticos e, principalmente, aqueles que estão em tratamento com medicamentos.
Tratamento: É ideal buscar um meio de aferição da glicemia já ao primeiro sinal de uma baixa. Ter disponíveis fontes de açúcar que posam ser consumidas rapidamente: mel, balas, uma colher de café de açúcar.
Acidentes são a 6º maior causa de morte em idosos, estando as quedas como uma dessas graves ocorrências.
Caso ocorra a queda:
- Avaliar o estado geral do idoso (senso de tempo e espaço, comunicabilidade,...)
Avaliar as condições físicas do idoso (breve exame físico buscando possíveis lesões, principalmente em locais como crânio, fêmur e ossos da bacia)
Convulsão é a contração involuntária da musculatura, provocando movimentos desordenados, com ou sem perda da consciência. Podem estar relacionadas com uma reação natural do estresse, traumatismo, distúrbio hereditário ou doenças que afetam o cérebro.
Engasgos: Observar o sinal das mãos no pescoço (clássico do engasgo). No entanto, o melhor a fazer é perguntar se a pessoa se engasgou e se consegue falar (emitir algum som). Dependendo dessa última resposta, sua conduta mudará, pois, caso a pessoa consiga falar ou emitir sons, indicará que houve uma obstrução parcial das vias aéreas. Caso contrário, provavelmente o fato se deve a uma obstrução total das vias aéreas.
Queimaduras: Denomina-se queimadura toda e qualquer lesão ocasionada no organismo humano pela ação curta ou prolongada de temperaturas extremas sobre o corpo humano.
Estatuto do Idoso
No Brasil, o Estatuto do Idoso (Lei Federal nº 10.741 de 1 de Outubro de 2003) é um estatuto no qual são estabelecidos os direitos dos idosos e são previstas punições a quem os violarem, dando aos idosos uma maior qualidade de vida. Por essa lei em vigor os filhos maiores de 18 anos são responsáveis pelo bem estar e saúde dos pais idosos. Por essa lei, em vigor no Brasil, é considerado idoso as pessoas a partir dos 60 anos de idade e impõe as penalidades a quem infringir a lei.
"Artigo. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."
"Artigo. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando- se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade."
"Artigo 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária."
Em 2017 o Brasil editou a lei nº 13.466 e sob a mesma se define que dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.
Idoso, Família e Sociedade
Perante o idoso, a família assume um papel importantíssimo. Com a fragilidade que acompanha o processo de envelhecimento, é comum surgirem conflitos entre filhos e pais, que passam a exigir novas responsabilidades e maiores cuidados.
Sendo assim, cabe aos membros da família entender as transformações de vida da pessoa, conhecer melhor suas fraquezas e modificar a visão e suas atitudes quanto à velhice, colaborando para que o idoso mantenha o seu lugar no grupo familiar e na sociedade.
Um dos principais problemas quanto ao envelhecimento, refere-se ao isolamento social e aos sentimentos de solidão. Pesquisas recentes e a experiência prática mostra que os idosos que perdem ou têm suas capacidades diminuídas, carregam consigo a expectativa de receberem mais atenção e cuidados de seus filhos e netos. O fato é que, nesta fase da vida, o idoso precisa sentir-se valorizado, viver com dignidade e receber o carinho da família.
Envelhecer não é apenas um processo biológico, psicológico e social, mas algo que ultrapassa os limites da senescência, não se definindo apenas pelos cabelos brancos e as marcas deixadas pelos longos anos.
O Estatuto do Idoso em seu art. 1° define idoso como o “sujeito de idade superior a 60 anos”. A Política Nacional do Idoso, como a “pessoa maior de 70 anos de idade”.
Até meados do ano de 1994, o conceito de idoso era estabelecido com base em critérios biológicos, e muitas vezes, caso a caso.
Importante salientar, que o Estatuto do Idoso não separa os idosos capazes dos incapazes, de modo que ao completar setenta anos quaisquer que sejam as condições do sujeito, físicas ou mentais, torna-se idoso para todos os efeitos legais.
Com o advento da tecnologia e a consequente melhoria na qualidade de vida, houve um aumento significativo na expectativa de vida do ser humano e uma diminuição na taxa de natalidade, respectivamente, os direitos do idoso passaram a ser discutidos com maior veemência, de modo que, a legislação teve que acompanhar tal progresso.
Serviços de Assistência ao Idoso no Brasil
Na legislação brasileira, é considerada idosa a pessoa que tenha 60 anos ou mais de idade. Para comprovar a idade, basta apresentar um documento oficial com foto, como a carteira de identidade ou a carteira nacional de habilitação.
Não cometa violência contra a pessoa idosa. Existem várias formas de agredir os idosos (negligência, abandono, agressão física, sexual, psicológica etc. Se você estiver sofrendo ou conhecer alguém que esteja sofrendo qualquer forma de violência, conte o que está acontecendo para um profissional de saúde, ligue Disque 100 ou busque ajuda no Conselho dos Direitos do Idoso, Ministério Público ou Delegacia do Idoso.
O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é uma iniciativa inovadora na garantia de direitos da pessoa idosa, fruto de forte mobilização da sociedade, e abrange as seguintes dimensões:
- direito à vida;
- à liberdade;
- ao respeito;
- à dignidade;
- à alimentação;
- à saúde;
- à convivência familiar e comunitária.
Atenção integral à saúde da pessoa idosa, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
A gratuidade no transporte coletivo público urbano e semiurbano, com reserva de 10% dos assentos, que deverão ser identificados com placa de reserva.
Reserva de duas vagas gratuitas no transporte interestadual para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos e desconto de 50% para os idosos que excedam as vagas garantidas.
Feridas e Úlceras por Pressão, Prevenção e Cuidados
As úlceras por pressão são feridas que ocorrem em função da falta de oxigenação na superfície da pele, gerada por compressão prolongada em pacientes internados ou acamados por longos períodos. Essas lesões afetam significativamente a qualidade de vida desses pacientes e se não tratadas adequadamente, podem aumentar o risco de mortalidade do mesmo.
O local acometido geralmente apresenta uma temperatura elevada, coloração avermelhada e sensibilidade ao toque. Em situações mais graves, pode ocorrer o rompimento da pele, ocasionando uma ferida que pode evoluir para uma infecção. É importante ressaltar que a intensidade e a duração da pressão têm relação direta com o aparecimento destas feridas.
Normalmente, os locais mais afetados são áreas onde há proeminência óssea, ou seja, entre a parte final da coluna e início do cóccix, no calcanhar e na parte superior do fêmur. Entretanto, pernas, pés, glúteos, costas e cotovelos também podem ser afetados pelas úlceras por pressão.
Alguns cuidados são bem importantes e podem ser realizados desde os primeiros momentos em que o paciente apresentar risco para desenvolver úlcera por pressão:
Colocar um colchão piramidal macio (formato de caixa de ovo) sobre o colchão da cama do paciente; Mudar o paciente de posição na cama de quatro em quatro horas; Colocar travesseiros macios embaixo dos tornozelos para diminuir a pressão nos calcanhares;
Manter a pele hidratada com óleos e cremes à base de vegetais e uma boa higienização, utilizando sabonetes neutros;
Pacientes que utilizam fraldas: mantê-los limpas e secas;
Áreas avermelhadas na pele não devem ser manipuladas e esfregadas com esponjas, pois poderá aumentar a área lesionada;
Colocar o paciente sentado em poltrona macia quando possível, várias vezes ao dia;
Manter limpa as roupas de cama, bem como, bem secas e bem esticadas.
Situações de Risco, Prevenção e Cuidados
Para evitar a queda de idosos:
Cuidado com os tapetes, pois são escorregadios. A dica é usar tapetes emborrachados e antiderrapantes;
Evitar situações de risco: subir em cadeiras, escadas, ou qualquer outro objeto sem o devido cuidado;
Má iluminação pode facilitar as quedas. Então, andar em ambientes iluminados é fundamental para evitar quedas;
Evite pisos escorregadios ou encerados;
Usar sapatos e chinelos com solado antiderrapante;
Instalar barras de apoio no banheiro. Corrimão dentro de casa, se necessário, também é uma boa ideia;
Deixar o caminho sempre livre de fios e extensões e sem bagunça;
A visita regular ao oftalmologista é importante. Assim, a dificuldade de visão pode ser um facilitador de quedas;
O uso inadequado de medicamentos pode provocar reações desconhecidas, que facilitam as quedas;
Conversar sempre com um médico caso a queda tenha ocorrido, mesmo que não tenha se machucado.
Art. 9.º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos:
I - autoridade policial;
II - Ministério Público;
III - Conselho Municipal do Idoso;
IV - Conselho Estadual do Idoso;
V - Conselho Nacional do Idoso.
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
Deve-se reconhecer as contribuições dos idosos frágeis, doentes e vulneráveis e garantir seus direitos de atenção e segurança, para se construir "uma sociedade para todas as idades", onde mesmo os mais dependentes possam dar alguma contribuição, no mínimo dos exemplos de vida.
O aumento da expectativa de vida da população brasileira, conquistado graças aos avanços tecnológicos e da medicina, não garantiu, no entanto, a qualidade dessa existência prolongada. Já são significativos, no contexto da população brasileira, os percentuais de nonagenários e até mesmo de centenários, na sua maioria portadores de comprometimento da capacidade funcional, exigindo dessa forma cuidados especiais, mais freqüentemente em domicílio, ou em instituições de longa permanência.
Essa situação fez emergir um novo personagem no cenário da atenção a esses idosos: o cuidador doméstico, geralmente um familiar pouco preparado para essa função, que é assumida em decorrência dos arranjos familiares estabelecidos a partir da situação de dependência a ser enfrentada. Fraturas de fêmur e de quadril, artroses, acidentes vasculares cerebrais, doenças reumáticas, demências, são eventos freqüentes em idosos muito idosos, determinando inúmeras limitações e alterando a dinâmica, a economia e muitas vezes a saúde das famílias desses idosos.
De acordo com Caldas (1995), a sobrecarga física, emocional e sócioeconômica decorrente dessa situação é muito grande, não se podendo esperar que os cuidadores familiares dêem conta dessa situação, sem dispor de alguma forma de suporte.
Durante os últimos anos têm aumentado consideravelmente o grau de sensibilidade social pelo fenômeno da violência e o maltrato. No princípio, a atenção foi focada na violência à criança, depois na violência doméstica e recentemente tem despertado interesse o maltrato e negligência de que são vitimas as pessoas idosas.
Os direitos, concomitantes com os deveres pessoais e sociais que temos, não são distintos nos ciclos de nossas vidas. A ênfase na proteção aos direitos humanos das pessoas idosas deve superar as desvantagens existentes e evitar que perpetuem as discriminações e as situações de inferioridade dadas socialmente e culturalmente aos idosos.
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Disponível em: http://midia.pgr.mpf.gov.br/
O sucesso dos pequenos gestos repetidos dia a dia
Noções básicas em fisiologia do exercício......................................2
O profissional de educação física.....................................................4
O sistema cardiovascular e exercício................................................5
Definições básicas em fisiologia do exercício..................................7
Fisiologia da contração muscular......................................................8
Metabolismo do musculo esquelético............................................10
Fisiologia da contração muscular...................................................12
Sistema respiratório e exercício......................................................14
Termorregulação..............................................................................16
Referências bibliográficas................................................................18
Noções Básicas em Fisiologia do Exercício
A fisiologia do exercício é o estudo da adaptação aguda e crônica da ampla gama de condições aperfeiçoadas pelo exercício físico. É uma área do conhecimento científico que estuda como o organismo se adapta fisiologicamente ao estresse agudo do exercício físico e ao estresse crônico do treinamento físico.
O anatomista britânico William Harvey descreveu a circulação sanguínea no século XVII, iniciando a fisiologia experimental.
A fisiologia moderna nasceu no século XVI e a primeira contribuição se deve a Miguel Servet (1511 - 1553) que estudou a circulação pulmonar. Até esse momento, a ciência fisiológica estava apoiada nas concepções puramente teóricas do médico grego Galeno: admitia-se, por exemplo, uma comunicação entre os dois ventrículos do coração por meio de invisíveis canais. Servet, juntamente com Vesálio, insurgiu-se contra essa concepção, e demonstrou que não há mistura de sangue entre os dois ventrículos.
São estudados pela fisiologia:
- Respiração
- Circulação
- Reprodução
- Regulação hormonal
- Digestão
- Metabolismo
- Coagulação sanguínea
- Imunidade
- Equilíbrio hidro-eletrolítico
- Regulação da temperatura
Hipócrates, o pai da medicina, foi pioneiro nos estudos dessa área, cujos primeiros escritos datam de 420 a. C. Apenas no século XVII o anatomista britânico William Harvey descreveu a circulação sanguínea, dando início, assim, à fisiologia experimental.
Livro: Fisiologia do Exercício.
Nutrição, Energia e Desempenho Humano
Autor: William D. McArdle (Autor),
Frank I. Katch (Autor),
Victor L. Katch (Autor)
Editora: Guanabara Koogan Leitura Complementar:
Fisiologia é uma área de estudo da biologia responsável em analisar o
funcionamento físico, orgânico, mecânico e bioquímico dos seres vivos.
O termo fisiologia se originou a partir da junção do grego physis, que significa
“funcionamento” ou “natureza”, com a palavra logos, que quer dizer “estudo” ou
“conhecimento.
A fisiologia humana dedica-se ao estudo do funcionamento do organismo dos
seres humanos.
Este é um ramo que se ramifica a partir da fisiologia animal, responsável em
analisar e compreender todas as funções dos organismos do reino animal.
A fisiologia humana envolve estudos sobre a circulação sanguínea, sistema
digestivo, embriologia, sistema respiratório, endócrino e etc.
Conheça mais sobre os estudos e descobertas
em bioquímica, endocrinologia, função
cardiopulmonar, hematologia, biomecânica, fisiologia do músculo esquelético, a
função do sistema neuroendócrino e nervoso, em nível central e periférico.
O Profissional de Educação Física
Fisiologia do Exercício compete ao estudo das funções do organismo relacionados ao esporte, treinamento e exercício físico, seus principais objetivos são estudar as diferentes formas de exercícios, visando melhora da capacidade de rendimento físico, buscando melhora da saúde através da continuidade da Atividade Física. Ela busca compreender todas as ações que ocorrem no corpo humano durante o exercício físico, bem como o efeito obtido por sua prática constante (ou seja, efeito crônico promovido pelo exercício). De maneira geral, envolve o estudo dos músculos envolvidos no movimento, hormônios liberados, estado emocional, ativação neuromuscular e uma série de mecanismos que estão ativados no organismo durante a atividade física; também é possível estudar o gasto energético e como esse gasto é reposto (por meio do repouso e da alimentação correta e equilibrada).
O conhecimento básico da fisiologia do exercício pode proporcionar uma consciência sobre a necessidade da atividade física/exercício físico para o bem-estar físico, social e mental. Com isso, também é possível desenvolver uma visão crítica dos acontecimentos sobre os problemas de saúde que tanto afligem a sociedade atual, como obesidade, bulimia, anorexia e doenças cardiorrespiratórias (PEREIRA, 2006; MATTOS e NEIRA, 2000).
A partir dessa visão, o ensino da fisiologia do exercício, na educação física escolar proporciona ao aluno o conhecimento necessário para promoção da qualidade de vida e saúde por meio da atividade física/exercício físico, sendo, portanto, promotora de “uma atmosfera de vivências; vivências de poder fazer; processos de aprendizagem, de ação de desenvolvimento; auto condução do aluno; interação e comunicação” (MATTOS e NEIRA, 2000 p. 88).
O profissional da área de Educação Física tem por objetivo promover a saúde das pessoas através da prática de atividades físicas.
Seu trabalho consiste em acompanhar e orientar as pessoas durante a prática de esportes ou exercícios físicos e seu público é bastante variado. Quem se forma em Educação Física pode trabalhar com crianças em idade escolar, atletas profissionais, pacientes que buscam a recuperação de movimentos, portadores de deficiência física e idosos que necessitam de cuidados específicos.
O Sistema Cardiovascular e Exercícios
O exercício ativa diversos mecanismos fisiopatológicos que são responsáveis pela proteção e controlo de múltiplos fatores de risco, tais como a hipertensão arterial, a dislipidemia, a obesidade e a diabetes. Estes efeitos benéficos são transversais, ocorrendo tanto na população geral, como nos indivíduos com fatores de risco ou naquelas com antecedentes de eventos cardiovasculares, independentemente do género ou da idade.
Neste âmbito, a avaliação prévia ao início da prática de exercício é fulcral para identificar os indivíduos com risco acrescido, cuja metodologia depende dos hábitos prévios de atividade física, dos antecedentes clínicos e do tipo/intensidade de exercício que se pretende realizar. Particularmente nos atletas „veteranos‟, como a doença das artérias coronárias constitui a principal causa de morte súbita, justifica-se uma metodologia de avaliação diferente da efetuada em atletas jovens, nos quais as principais causas são doenças cardíacas hereditárias. Outro aspeto controverso é saber se existe uma „dose‟ a partir da qual os benefícios do exercício diminuem ou possa ser prejudicial. Apesar de necessitar de esclarecimento, são conhecidos alguns „efeitos adversos‟ cardíacos induzidos pelo exercício extremo.
Em suma, a atividade física e o exercício físico associam-se a múltiplos benefícios cardiovasculares, incluindo o aumento da sobrevida e a redução de eventos clínicos graves. Todas as pessoas podem fazer exercício físico, mas é essencial realizarem uma avaliação médica prévia, que permita estratificar o risco cardiovascular, diagnosticar doenças „ocultas‟ associadas a complicações graves e prescrever exercício de forma adequada e individualizada na presença de antecedentes cardiovasculares.
O sistema circulatório é o conjunto de órgãos responsáveis pela distribuição de nutrientes para as células e coleta de suas excretas metabólicas para serem eliminadas por órgãos excretores. Os órgãos que fazem parte do sistema circulatório são:
Coração: É um órgão que funciona como uma bomba propulsora que faz o sangue circular por todo o corpo. Localiza-se na cavidade torácica entre os pulmões, no espaço mediastínico. Apresenta-se com a sua parte maior, voltada mais à esquerda do plano mediano.
Vasos sanguíneos: são as vias de transporte por onde o sangue circula. São divididos basicamente em artérias (vasos que saem do coração e conduzem o sangue para todo o corpo), veias (vasos que carregam sangue dos tecidos ao coração) e capilares (vasos sanguíneos microscópicos que se originam das ramificações das artérias e veias e tem como função irrigar as células).
Sangue: material líquido que transporta os nutrientes e oxigenação para o corpo.
Linfa: fluido produzido quando o sangue passa pelos capilares e vaza para os espaços entre as células.
Vasos linfáticos: são as vias de transporte da linfa. Drenam a linfa do espaço entre as células (espaço intersticial) para as veias subclávias.
O sistema circulatório humano. Em vermelho, o sangue arterial. Em azul, o sangue venoso.
Sistema circulatório
Definições Básicas em Fisiologia do Exercício
Refere-se à intensidade de exercício onde o nível de lactato sanguíneo começa a se acumular numa velocidade mais alta do que vinha acontecendo em intensidades de exercício mais leves. A partir desse ponto a velocidade de produção de lactato ultrapassa a velocidade de remoção causando um acúmulo que vai se acentuando cada vez mais.
Em qualquer intensidade de exercício existe produção de lactato, porém em intensidades abaixo do limiar esse lactato não se acumula, pois a velocidade de remoção é igual a velocidade de produção. O lactato só vai se acumular quando a velocidade de remoção for inferior à velocidade de produção.
O Limiar Anaeróbio pode ser expresso em:
VO2: ml.kg-1.min-1;
Carga: km/h, mph, watts, kp, etc.
Frequência Cardíaca: bpm
Freqüência Cardíaca de repouso:
É o número de batimento cardíacos durante um minuto numa situação de repouso.
Peso: Refere-se à massa corporal do avaliado.
Quanto maior a massa muscular envolvida no exercício maior será a sua FC Máxima e também seu VO2 Máximo. É possível que sua FC e seu VO2 do Limiar também sejam maiores. Isso vai depender da eficiência mecânica para determinada atividade.
Um dos principais problemas na avaliação da condição física é o tipo de teste a ser aplicado, pois quanto mais próximos da realidade da performance daquela atleta mais difícil de se controlar as variáveis envolvidas, assim como, quanto mais conseguimos controlar as variáveis, mais distantes da performance estamos. Um bom processo de avaliação é aquele que leva em consideração esses parâmetros.
Fisiologia da Contração Muscular
Contração muscular (AO 1945: contracção muscular) é um processo fisiológico característico das fibras musculares que corresponde a capacidade de gerar tensão com a ajuda de um neurônio motor. Na contração muscular, a actina desliza sobre os filamentos da miosina, que conservam seus comprimentos originais. A contração se inicia na faixa ansiotrópica, ou A, onde a actina e a miosina se sobrepõem.
As contrações musculares podem ser dividas em:
Contração reflexa - ato involuntário de movimento muscular mas de músculos somáticos voluntários;
Contração tônica - contração mantida mesmo quando o músculo está "relaxado", este tipo de contração ajuda na manutenção da postura, por exemplo, do pescoço, no tônus dos dedos;
Contração isotônica dividida ainda em:
Contração concêntrica - é o tipo de contração muscular no qual os músculos encurtam durante a geração de força;
Contração excêntrica - ocorre quando o músculo alonga enquanto está sob tensão devido a uma força externa maior que a força gerada pelo músculo. Em vez de mover a junta na direção da contração, o músculo age desacelerando o movimento de forma controlada;
Contração isométrica - nesta contração o músculo gera força sem alterar o comprimento muscular, mas com uma tensão maior do que o tônus muscular.
O Sistema Muscular é o conjunto de músculos que nos permite movimentação do esqueleto, produção de calor, postura e sustentação do corpo.
Existem dois tipos de tecidos musculares - liso e estriado, sendo o estriado dividido em estriado cardíaco e estriado esquelético.
O movimento dos músculos é controlado pelo sistema nervoso. Existem mais de 600 músculos no corpo humano, variando entre 600 a 630. O sistema nervoso recebe as informações do corpo e reage de acordo com elas.
Facilmente se percebe que qualquer problema ou alteração existente no corpo afeta o sistema nervoso. Sistema Muscular do corpo humano:
Sistema Muscular
Existem aproximadamente 650 músculos esqueléticos em um ser humano. Entretanto, o número exato é difícil de ser determinado porque as diferentes fontes (livros conceituados) agrupam os músculos de maneira diferente.
Metabolismo do Muscolosquelético
As lesões musculosqueléticas (LME) são uma das doenças mais comuns relacionadas com o trabalho. A maioria das LME relacionadas com o trabalho desenvolvem-se ao longo do tempo. Normalmente, não existe uma causa única para estas lesões; elas resultam frequentemente da combinação de vários fatores de risco, incluindo fatores físicos e biomecânicos, fatores organizacionais e psicossociais, bem como fatores individuais.
Os fatores de risco físicos e biomecânicos podem incluir:
- Movimentação de cargas, especialmente quando isso induz a movimentos de torção e de flexão
- Movimentos repetitivos ou com esforço
- Posturas incorretas e estáticas
- Ambientes com má iluminação ou temperaturas baixas e exposição a vibrações
- Trabalho em ritmo acelerado
- Estar de pé ou sentado, na mesma posição, muito tempo
Os fatores de risco organizacionais e psicossociais podem incluir:
- Elevadas exigências de trabalho e pouca autonomia
- Ausência de pausas ou de oportunidades para mudar de postura de trabalho
- Trabalhar a um ritmo acelerado, incluindo como consequência da introdução de novas tecnologias
- Longas horas de trabalho ou turnos
- Intimidação, assédio e discriminação no local de trabalho
Pouca satisfação no trabalho Em geral, todos os fatores psicossociais e organizacionais (especialmente quando combinados com riscos físicos) que podem levar a stress, fadiga, ansiedade ou outras reações que, por sua vez, aumentam o risco de LME. Os fatores de risco individuais podem incluir:
- Historial médico
- Capacidade física
- Estilo de vida e hábitos (por exemplo tabagismo, falta de exercício físico)
Entre os vários nutrientes existentes nos alimentos que ingerimos, os carboidratos e as gorduras são as principais fontes de energia para a realização da atividade física. Contudo, a utilização de proteína como fonte energética também ocorre, especialmente durante a realização de exercício de longa duração (CERSOSIMO, 1987).
O treinamento físico promove aumento do consumo máximo de oxigênio, facilitando a utilização dos ácidos graxos livres como fonte de energia muscular durante a realização de certos tipos de atividade física (COGGAN et al, 2000).
O suprimento adequado de oxigênio para a musculatura ativa durante o exercício físico é de importância fundamental , pois a oxidação de ácidos graxos livres depende do oxigênio como "receptor" de hidrogênio. Portanto, suprimento insuficiente de oxigênio restringe o combustível utilizável aos carboidratos, cujas reservas são limitadas. Além disso, a metabolização anaeróbia da glicose produz quantidade de energia 12 vezes inferior à sua metabolização aeróbia (McCARDLE et al, 1992).
Quando o suprimento de oxigênio é insuficiente, a metabolização da glicose processa-se somente até a formação de lactato. O aumento do lactato pode inibir a oxidação dos ácidos graxos livres, limitando a utilização desse substrato pelas células musculares (VAN LOON et al, 2001). Portanto, quanto maior a captação de oxigênio pelo tecido muscular, maior será a contribuição da gordura para o metabolismo energético.
Sabe-se que o exercício físico promove mudanças importantes no metabolismo dos aminoácidos. Essas mudanças podem resultar em respostas anabólicas ou catabólicas, dependendo de inúmeros fatores. Dois fatores importantes são a nutrição, especialmente o tipo e a quantidade da dieta consumida, e o exercício físico, especialmente quanto à intensidade, duração e frequência (LEMON, 1997).
Fisiologia da Contração Muscular
O músculo esquelético é um órgão especializado na transformação de energia química em movimento(energia mecânica), desenvolvido para otimizar esta função utilizando um conjunto bem ordenado de proteínas relacionadas com o movimento. Os 600 músculos esqueléticos do corpo humano são compostos de centenas à centenas de milhares de células alongadas, multinucleadas chamadas fibras musculares. Cada fibra contem as proteínas contrateis Miosina e Actina, que compõe os filamentos grossos e finos respectivamente, que estão dispostos paralelamente nas miofibrilas que compõe as fibras. As miofibrilas estão também paralelamente arranjadas e apresentam um padrão de bandas escuras e claras dispostas em série, que dão o caráter de estrias às fibras de tais músculos.
Músculos do peito, ombro e braço:
Os músculos esqueléticos são os únicos que se contraem em resposta a um sinal somático de um neurônio motor. Eles não podem iniciar a sua própria contração, nem sofrem influência diretas de hormônios para se contrair.
Os músculos são constituídos por tecido muscular e caracterizam-se pela sua contratibilidade, funcionando pela contração e extensão das suas fibras. A contração muscular ocorre com a saída de um impulso elétrico do sistema nervoso central que é conduzido ao músculo através de um nervo. Esse estímulo elétrico desencadeia o potencial de ação, que resulta na entrada de sódio (necessário à contração) dentro da célula, e a saída de potássio da mesma, assim estimulando a liberação do cálcio que esta armazenado no Retículos Sarcoplasmáticos ou RS presentes no sarcoplasma (citoplasma da célula muscular). Em termos científicos, as etapas são:
Despolarização do sarcolema; estimulação do retículo sarcoplasmático; ação do cálcio e de ATP, provocando o deslizamento da actina sobre a miosina (é a contração muscular).
Os músculos voluntários são os órgãos ativos do movimento, transmitindo movimento aos ossos sobre quais se inserem. Têm uma variedade grande de tamanho e formato, de acordo com a sua disposição, local de origem e inserção e controlam a postura do corpo do animal.
O ser humano possui aproximadamente 512 músculos. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se em várias fibras para poder controlar todas as células do músculo, através da placa motora.
Existem três tipos de músculo: músculo esquelético, músculo liso e músculo estriado cardíaco.
Todos os três tipos musculares têm as seguintes características:
Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais tensos e duros, em resposta a um estímulo vindo do sistema nervoso;
Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento;
Podem retornar à forma e ao tamanho original.
A propriedade do tecido muscular de se contrair chama-se contratilidade e a propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade.
Sistema Respiratório Exercício
A prática de exercícios físicos pode melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm problemas respiratórios. Muitas vezes, quem sofre com doenças crônicas como bronquite, asma, rinite ou qualquer outro tipo de inflamação nas vias respiratórias, tem limitações fisiológicas e acaba se afastando das atividades físicas, o que é um erro.
Quando o corpo de uma pessoa que tem doenças pulmonares crônicas se acostuma com a carga de exercício, ele passa a utilizar melhor o oxigênio, a respirar com mais facilidade devido ao fortalecimento dos músculos responsáveis pela respiração.
Para quem tem problemas respiratórios, é importante tomar algumas precauções com o objetivo de evitar desconfortos ou acidentes: não fazer exercícios sozinho em áreas isoladas como trilhas e parques florestais, não exercitar-se fora de casa quando o a temperatura está muito elevada ou quando o clima está muito seco e não aumentar a carga do exercício sem antes consultar o preparador físico.
A função principal do sistema respiratório é, basicamente, garantir as trocas gasosas com o meio ambiente. O processo de troca gasosa no pulmão, dióxido de carbono por oxigênio, é conhecido como hematose pulmonar. Mas também ajuda a regular a temperatura corpórea, o pH do sangue e liberar água.
A inspiração e a expiração são processos passivos do pulmão já que ele não se movimenta, isso fica a cargo do diafragma, dos músculos intercostais e da expansibilidade da caixa torácica, que garante a consequente expansão do pulmão graças à coesão entre a pleura parietal (fixa na caixa torácica) e a pleura visceral (fixa no pulmão).
O ar inspirado, rico em oxigênio, passa pelas vias respiratórias, sendo filtrado, umedecido, aquecido e levado aos pulmões. No íntimo pulmonar o oxigênio do ar inspirado entra na circulação sanguínea e o dióxido de carbono do sangue venoso é liberado nos alvéolos para que seja eliminado com o ar expirado. O ar expirado é pobre em oxigênio, rico em dióxido de carbono e segue caminho oposto pelo trato respiratório.
A respiração, ou melhor dizendo, a ventilação pulmonar, é um processo "semi- automático", que permite a intervenção do sistema nervoso autônomo, mas normalmente é controlada pelo bulbo (que controla a amplitude e frequência da respiração), o
diafragma é controlado pelo nervo frênico. O bulbo é sensível às variações de pH do sangue. Ao faltar oxigênio na corrente sanguínea, ocorre um aumento da concentração do acido carbônico H2CO3de caráter ácido, acarretando uma redução do pH e a consequente resposta do bulbo a esta variação, que consiste em aumentar a frequência respiratória.
Imagem: Wagner Souza e Silva / Museum of Veterinary Anatomy FMVZ USP
Saber escolher o esporte certo é essencial, mas fazer uma preparação especial para pessoas com doenças respiratórias antes de cada treino vai garantir um melhor desempenho durante o exercício. Sem um aquecimento adequado e um alongamento bem feito, o corpo pode ter uma reação imediata de rejeição ao exercício, causando lesões e dificuldades. Essa preparação é ainda mais bem-vinda para pessoas com problemas respiratórios.
Termorregulação
Na espécie humana a temperatura é regulada, em circunstâncias normais, para cerca de 37 °C. Essa temperatura corporal normal ou normotermia ou eutermia, depende do ambiente e do nível de atividade corporal e hora do dia (ritmo circadiano). De acordo com o local de verificação os valores podem ser considerados normais em:
- Temperatura axilar: 35,5 a 37°C
- Temperatura bucal: 36 a 37,4°C
- Temperatura retal: 36 a 37,5°C.
Quando se verifica um aumento de temperatura no exterior, através de mecanismos homeostáticos de termorregulação, a temperatura é reduzida por processos como a vasodilatação (os capilares aproximam-se da superfície cutânea, havendo uma transferência de energia para o exterior) e a produção de suor, que evapora, diminuindo a temperatura ao nível da pele. Dá-se, assim, um feedback/retroacção negativa (resposta interna que contraria a oscilação externa).
Quando a temperatura externa diminui (fator perturbador que induz um estímulo que é conduzido por vias aferentes ao centro coordenador/integrador - complexo hipotálamo - hipófise), o centro coordenador envia uma mensagem nervosa por vias eferentes (nervos motores) de modo a ocorrer vasoconstrição e contração muscular (induz maior taxa de processos catabólicos, como a respiração aeróbia, que aumentam a geração de calor).
A termorregulação dá-se principalmente através de mensagens nervosas (ao contrário da osmorregulação que funciona graças a comunicação hormonal). No entanto, o hipotálamo/hipófise produzem hormonas que estimulam a tiroide e disto resultam hormonas tiroideias (T3 e T4) que aumentando a taxa metabólica contribuem para a produção de calor.
Trocamos calor das seguintes maneiras:
Condução – contato de uma superfície com a outra; ex: a mão quente que pega um copo frio;
Convecção - o movimento de um gás ou líquido tira o calor de uma região;
Radiação – é a principal forma de troca de calor durante o repouso; raios infravermelhos (termograma);
Evaporação – é a principal forma de troca de calor durante o exercício.
O que altera a temperatura corporal:
Glândulas sudoríparas (produzem o suor para liberar o calor)
Músculos (o tremor é uma tentativa do organismo de produzir calor)
Glândulas endócrinas (no frio, liberam hormônios como as catecolaminas: noradrenalina e adrenalina, e também o hormônio tiroxina, que é capaz de acelerar em até 100% o metabolismo)
Sobrecarga cardiovascular: exercícios em ambientes muito quentes sobrecarregam o coração, pois ao mesmo tempo em que se precisa de sangue irrigando os músculos que estão sendo usados, precisa-se de sangue para levar o calor até a pele, para então ocorrer a evaporação e, com isso, haver o controle da temperatura corporal.
Assim, fazer exercícios em ambientes muito quentes promove uma competição entre a pele e os músculos, fazendo o coração trabalhar muito mais (aumento da FC) para tentar suprir os dois sistemas.
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Alice Teixeira Ferreira. Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Fisiologia da Contração Muscular. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/ Wikipédia, a enciclopédia livre.Músculo.
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Conceito de Hidroginástica
A hidroginástica é um exercício que pode ser praticado por pessoas que visam melhorar seu condicionamento físico, perder peso e sair do sedentarismo de uma maneira muito divertida. Engana-se quem pensa que fazer hidroginástica é só para a terceira idade, ela pode ser praticada por jovens, atletas e pessoas que fazem natação e querem melhorar o seu condicionamento físico.
Por ser um exercício mais seguro em comparação às modalidades de alto impacto, já que a água acentua o impacto das reações, a hidroginástica é muito praticada por pessoas com desvios posturais e dores articulares e na coluna. Também pode ser feita por pessoas com obesidade, indivíduos que possuem alguma patologia e por também grávidas, mas sempre sob orientação médica. Mesmo não sabendo nadar é possível realizar uma boa atividade e obter resultados com os exercícios.
A hidroginástica é um exercício aeróbico feito em piscinas que tem como objetivo a manutenção profilática da saúde. Melhora a capacidade aeróbica, a resistência cardiorrespiratória, a resistência e a força muscular, a flexibilidade, além de proporcionar um gasto calórico de 260 a 400 kcal por hora dependendo da intensidade em que o praticante realiza os exercícios.
Atualmente existem muitas variações da hidroginástica, como ritmos, intensidades diferentes e adaptações de outras atividades para a perna, como o jump-hidrosjump, o spinning-hidrobike ou ciclismo aquático, o triatlhon – com o circuito de bicicleta, jump e hidroginástica, entre muitas outras modalidades que podem utilizar a água e seus efeitos sobre o impacto de atividades desportivas.
Pode ser praticada em grupo, promovendo interação e diversão, mas também pode ser praticada individualmente como parte de um treinamento de Personal Training. E se gasta em média entre 400 a 600 calorias por hora com essa atividade.
Apesar dos exercícios serem realizados dentro da piscina, é importante garantir a boa hidratação do corpo bebendo água, suco ou chá logo antes e depois da aula.
O Exercício Aeróbico Feito em Piscinas
As aulas duram em média 50 a 60 minutos, com a altura da água próxima do peito, numa temperatura agradável, a cerca de 32ºC, por exemplo. Este tipo de atividade é indicado para pessoas de todas as idades, sendo ótimo para praticar durante a gravidez ou na 3ª idade.
No entanto, antes de começar a aproveitar todos esses benefícios, é importante tomar uma série de cuidados:
- Procure um médico para examinar se você está apto a realizar exercícios
- Quanto menor o nível da água maior será o impacto na atividade
- Inicie a atividade devagar e aumente gradativamente a intensidade
- Procure realizar no mínimo duas vezes na semana e aumente com o tempo para quatro vezes ou complemente a atividade com mais dois dias de caminhadas
- Observe sempre a respiração durante o exercício, nunca a bloqueie ou prenda.
Exemplo de exercícios:
1º Exercício - Durante dois minutos, dentro da água, caminhe pela piscina em um ritmo rápido.
2º Exercício - Levante os joelhos até o seu peito, um por vez, com os braços estendidos para o chão. Lembre-se de manter suas costas retas. Faça duas séries de 20 movimentos com um intervalo de 5 segundos entre cada uma.
3º Exercício - Execute um movimento chamado de “tesoura”. Com as mãos nos quadris, alterne movimentos dos quadris para ambos os lados. Duas séries de 20 repetições em cada lado com um descanso de 5 segundos entre cada série.
O exercício aeróbico é aquele que usa o oxigênio no processo de geração de energia cósmica dos músculos.
Esse tipo de exercício trabalha uma grande quantidade de grupos musculares de forma rítmica. Andar, correr, nadar, pedalar, dançar, são alguns dos principais exemplos de exercícios aeróbicos.
Nos exercícios físicos prolongados, com duração superior a 10 minutos, realizados em ambientes com condições de temperatura e de umidade estáveis e taxas de esforço não muito elevadas, o organismo usa predominantemente o metabolismo aeróbico para a obtenção de energia. A oxidação aeróbia é quem realiza o fornecimento e o uso adequado de oxigênio para a manutenção do trabalho por longos períodos.
O fortalecimento e aumento do músculo cardíaco é um dos benefícios deste tipo de exercícios para a saúde, além de serem indicados como medida de prevenção para uma ampla variedade de doenças cardiovasculares.
Exemplos de exercícios:
1º Exercício - Com os braços estendidos, mova-os para cima e para baixo. Respire conforme você levanta seus braços e mantenha-se em pé e em postura reta. Este exercício é muito eficaz no fortalecimento dos músculos dos braços, peitorais, dorsais e dos ombros!
Primeira série de 20 movimentos com a perna direita para frente, ligeiramente curvada. Pausa de alguns segundos (faça algumas respirações profundas e ingira uma bebida). Segunda série de 20 movimentos novamente, desta vez com a perna esquerda à frente.
2º Exercício - Eficaz para fortalecer as costas e os ombros! Com as costas retas, incline o corpo para a direita e depois para a esquerda, empurrando para baixo o espaguete de natação. Duas séries de 30 movimentos com seus braços ao lado do corpo.
3º Exercício - Ideal para fortalecer seu tríceps e tonificar seus braços. Duas séries de 30 repetições, com um intervalo de 5 segundos.
Benefícios da Hidroginástica para a Saúde
Melhore sua Qualidade de vida
A hidroginástica ajuda na perda de peso porque aumenta o gasto energético do corpo. Para melhorar os resultados, é aconselhado fazer uma dieta equilibrada e com baixos níveis de calorias.
Esta atividade física melhora a circulação devido ao aumento da contração muscular e atividade aeróbia, e como resultado, o coração funciona de forma mais eficaz e a circulação sanguínea realiza-se com maior eficácia.
A hidroginástica promove também uma respiração saudável, já que a pessia necessita realizar inspirações mais profundas ao realizar os exercícios.
Esta atividade também é ótima para melhorar a flexibilidade do corpo, devido ao aumento da amplitude dos movimentos que é necessário realizar.
Ao serem realizados exercícios ritmados movendo braços e pernas contralaterais, também se contribui para aumentar a capacidade de coordenação motora.
Como esta atividade melhora a circulação, não tem impacto nas articulações, provoca pouca ou nenhuma dor muscular depois das aulas e ainda permite a socialização, é ótima para que a pessoa se sinta bem e saudável.
A hidroginástica melhora a força muscular, resistência, flexibilidade e equilíbrio. Comparada a exercícios terrestres, reduz o impacto sobre articulações e apresenta menor risco de lesões. Por tudo isso, a prática é recomendada para melhorar a capacidade motora funcional e independência da população idosa.
Além da melhora desses aspectos, a pressão da água sobre o corpo auxilia a circulação do sangue. Os exercícios desenvolvem condicionamento cardiorrespiratório, força, flexibilidade, relaxamento e coordenação motora. Por serem animadas, com música e em grupo, as aulas têm benefícios psicológicos importantes: ajudam na socialização e sensação de bem-estar entre os participantes. Porém, justamente pelo baixo impacto, a hidroginástica não ajuda no combate à osteoporose.
Manter-se ativa é importante para controlar o ganho de peso durante a gravidez e regular a pressão arterial. Porém, o peso da barriga tende a sobrecarregar a coluna e as articulações das gestantes. É aí que entra a hidroginástica: o exercício físico feito na água ajuda a aliviar esse impacto. A pressão hidrostática ainda melhora a circulação e reduz a retenção de líquidos em membros inferiores, aliviando os inchaços típicos da gestação.
Exercícios físicos em solo reduzem a hipertensão resistente entre 4 e 5 mmHg (medida da pressão). Com a hidroginástica em piscina aquecida a redução chega a 20 mmHg. A explicação é a dilatação dos vasos sanguíneos promovida pelo calor da água e a melhor circulação causada pela pressão da água no corpo.
Graças à ação do empuxo da água sobre o corpo, quanto mais submerso, menor serão o peso e impacto nas articulações. Para resultados mais eficazes, a periodicidade ideal é de pelo menos três vezes por semana, com nível da água na altura dos ombros (nessa altura tem-se uma diminuição de até 90% do peso corporal).
O uso de acessórios depende do objetivo da aula: força, coordenação motora, equilíbrio e mesmo diversão. Os mais comuns são pranchas, caneleiras, flutuadores, halteres flutuantes, bastões e bolas.
Doenças renais e cardiopulmonares, radioterapia, epilepsia, entre outras condições especiais de saúde podem tornar a prática contraindicada. Por isso, como em todo esporte, é muito importante uma avaliação médica antes de se inscrever na aula de hidroginástica. Além disso, suspenda as aulas se estiver com algum tipo de infecção na pele para evitar o contágio aos colegas.
Por se tratar de uma atividade física de pouco impacto e que traz benefícios para todo o corpo, a hidroginástica acabou ganhando a fama de modalidade específica de gestantes e idosos. Enquanto as demais modalidades que exigem esforço para a execução dos exercícios, na hidroginástica é o contrário. Só o fato de ser feito dentro da água já garante o relaxamento do corpo e também a mente, com os momentos de descontração que fazem toda diferença.
Equipamentos de Hidroginástica
Para a hidroginástica se tornar mais estimulante e eficaz é preciso da ajuda de alguns aparelhos especiais para serem usados dentro da água.
Macarrão - Esse é o equipamento mais conhecido por quem pratica atividades na água. Ele ajuda em uma boa flutuação do corpo, e consequentemente melhora o desempenho dos exercícios.
Halteres - Os halteres têm por objetivo aumentar a resistência da água sobre o corpo, quando a água já não apresenta uma resistência para o praticante. Eles oferecem maior flutuabilidade na água, e também maior superfície de contato do praticante com a água.
Hidrostep - O step é um instrumento de apoio muito utilizado na hidroginástica. Os movimentos realizados na água quase não oferecem impacto, e com a utilização do step esses impactos são nulos. Esse instrumento evita consideravelmente o risco de lesões nas articulações. O hidrostep é ideal para praticantes que tenham sofrido alguma lesão no joelho, na coluna ou nas articulações do pé, para pessoas que sofrem de artroses ou atrites e também para praticantes que não possuem boa coordenação.
Coletes - O colete é um instrumento que confere maior flutuabilidade e também maior liberdade de movimento ao praticante.
Para a realização da hidroterapia é necessário ter, além da piscina, equipamentos de fisioterapia específicos para os exercícios aquáticos.
O macarrão de polietileno são os mesmos utilizados em piscinas infantis e durante a prática de hidroginástica, feitos de espuma impermeável. Esses acessórios são empregados para os exercícios de hidroterapia, pois fornecem flutuação e resistência mecânica quando usados dentro da água.
Além disso, auxiliam no apoio durante a realização dos exercícios de fortalecimento muscular e são equipamentos com custo baixo e fáceis de serem encontrados.
Os arcos com pesos são equipamentos utilizados para os exercícios aquáticos de fundo da piscina. Seu uso auxilia a agilidade e a velocidade na realização dos movimentos dentro da piscina. Pode ser empregado na hidroterapia de adultos e crianças.
As bolas utilizadas na hidroterapia são feitas de borracha, que oferecem resistência quando submersas na água. Podem ter diferentes tamanhos, que variam de acordo com a resistência a ser criada e as especificidades do paciente.
Os exercícios feitos com a bola ajudam no condicionamento físico, na melhora dos reflexos corporais e na coordenação motora.
A prancha de piscina costuma ser indicada para os pacientes que têm mais dificuldades na realização dos exercícios dentro da água. Elas são confeccionadas de espuma impermeável ou EVA e seu uso facilita a postura correta durante as atividades, além de ajudar no equilíbrio e na flutuação dentro da piscina.
O turbilhão pode ser utilizado como uma alternativa à piscina, quando ela não estiver disponível, ou como complemento para a realização dos exercícios de fisioterapia. O turbilhão é um tanque de água, semelhante a uma banheira, que tem um turbilhonamento constante por meio de jatos.
O objetivo do turbilhão é proporcionar o massageamento de diferentes partes do corpo comprometidas por entorses, luxações, artrites, artroses, reumatismos ou após traumas, cirurgias ou imobilizações. Os efeitos térmicos são associados ao mecanismo de hidromassagem, de forma a diminuir a dor e aumentar a mobilidade.
Exemplo de exercícios:
1º Exercício - Tensione os seus abdominais para manter suas costas retas. Inspire levantando cada joelho e expire assim que você os baixar.
Para facilitar as coisas, você pode usar um cinto de flutuação para Hidroginástica, o ajudará a flutuar melhor.
Elevação de Pernas
Levante uma perna até tentar colocá-la em ângulo de 90º, segure por 5 segundos e abaixe-a. Suba e desça alternadamente uma perna e outra. Para manter o equilíbrio, faça movimentos circulares com os braços nos lados do corpo.
Rotação (hauteres)
Com a parte de ferro virada para cima, segure os halteres. Tente virar-se até ficar de frente para baixo. Segure os halteres sob a água com os braços. Segure a posição por 5 segundos e volte para a posição inicial. Respire e repita. Para virar, tente afundar primeiro o ombro e o quadril do mesmo lado.
Salto de Pernas Até o Peito
Fique de pé com a água por debaixo do peito. Abra e feche suas pernas, enquanto acompanha com os braços, para cima e para baixo. Com a água ligeiramente abaixo do peito, encolha os joelhos tentando tocar o peito.
Splits (braceletes)
De pé, com a água também abaixo do peito, pule para dar uma volta com uma das pernas. Salte novamente para trazer a perna da frente para trás e vice- versa.
Aquarunning (braceletes no tornozelo ou nos pulsos)
Nós nos posicionamos para correr e, de forma estática, executamos a ação.
Comece os exercícios em um ritmo tranquilo e depois faça o mais rápido puder, para aumentar seu limite novamente. Execute 3 séries de 20 repetições.
Normalmente, as atividades físicas feitas na água ainda continuam sendo consideradas como a melhor opção para as pessoas que buscam ganhar força muscular e resistência física.
Assim, é sempre importante que você tenha alguns cuidados antes de entrar na água para fazer a aula de hidroginástica exercícios, sendo que os movimentos são feitos em pé ou com acessórios que podem auxiliar na flutuação.
Dessa forma, o mais adequado é fazer atividades na água quando se está em uma altura confortável, em que a pessoa seja capaz de fazer todos os seus exercícios com os pés bem fixos no fundo da piscina, não existindo perigos de afogamento.
Promoção do Bem-estatar
Evidências científicas apontam para os importantes benefícios da prática de atividades físicas para os idosos, considerando sua mobilidade, saúde física e mental e qualidade de vida.
A hidroginástica tem sido apontada como uma alternativa para inserção dos idosos nas práticas corporais e para a promoção de um estilo de vida mais ativo e saudável, mas, que, ainda carece de maiores investigações sobre seu real efeito sobre a saúde e a qualidade de vida dessa população e principalmente, metodologias de trabalho para esse fim.
A hidroginástica, em qualquer fase da vida, é um excelente exercício para todos é ideal para quem não está acostumado a fazer nenhum tipo de atividade, pois além de não vir acompanhada de dores, transpiração e sensação de exaustão, o indivíduo tem a sensação do corpo menos pesado dentro da água. A hidroginástica é a opção ideal para quem está acima do peso e tem limitações que os impedem de praticar outros esportes como a musculação, por exemplo. A atividade proporciona perda de peso e é recomendada por vários profissionais da saúde. Além de auxiliar na eliminação de calorias, a prática também é capaz de diminuir o estresse causado pelo excesso de peso.
Ryff e Keyes (1995) propuseram uma outra hierarquia de disposições ligadas ao bem-estar. Segundo eles, podem-se diferenciar seis fatores distintos do bem-estar:
"Autoaceitação"
A sensação de se ter "controle sobre o ambiente"
A sensação de se viver uma "vida cheia de sentido"
A busca de "crescimento pessoal"
"Relações sociais positivas"
"Autonomia"
Alguns exercícios para a prática da hidroginástica:
1º Exercício - Para alongar seus músculos abdominais, coloque sua mão direita no quadril direito e incline-se para a direita, com o seu braço esquerdo estendido sobre sua cabeça. Repita o movimento 5 vezes em cada lado.
2º Exercício - Muito útil para alongar suas pernas e costas: em pé, incline-se com os braços estendidos à sua frente. Com as mãos contra a parede, os seus ombros devem estar alinhados com o nível da água. Suas pernas devem estar ligeiramente curvadas, e sua pélvis, apontando para trás. Quatro vezes 30 segundos.
3º Exercício - Ainda de pé contra a parede, coloque as mãos na borda da piscina, com as suas pernas fazendo splits (aberturas largas das pernas) contra a parede. Para facilitar os splits, traga seu corpo mais perto da parede puxando-o com seus braços. Quatro vezes 30 segundos.
4º Exercício - Usando as mãos, faça movimentos circulares na frente do seu estômago, sem tocá-lo. Você deve sentir os pequenos movimentos de massagem da água no seu estômago. Quarenta movimentos.
5º Exercício - Para liberar a tensão nos músculos das costas e nos abdominais, pegue dois espaguetes de piscina, coloque um sob seus braços e um atrás de seus joelhos e deite-se. Sua cabeça, pescoço e estômago devem estar alinhados à superfície da água. Para ajudar, empurre seus braços para baixo. Relaxe seu pescoço, e, se você se sentir confortável o suficiente, feche os olhos e respire profundamente.
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Carlos BrucePersonal Trainer. 10 benefícios da hidroginástica para a saúde.
Disponível em:
https://www.tuasaude.com/beneficios-da-hidroginastica/
#Souesportista. Neste conteúdo você verá algumas sugestões de treinos de hidroginástica para praticar.
Disponível em:
https://souesportista.decathlon.com.br/um-treino-de-hidroginastica-pronto-para- voce-2/
Wikipédia, a enciclopédia livre.Exercício aeróbico.
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Unimed. Os benefícios da hidroginástica para todas as idades.
Disponível em:
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A Revista da Mulher. Hidroginástica: Conheça 10 motivos para começar já!
Disponível em:
https://www.arevistadamulher.com.br/faq/28325-hidroginastica-conheca-10- motivos-para-comecar-ja
ACQUARIUS Academia&Natação. HIDROGINÁSTICA, CONHEÇA OS PRINCIPAIS MATERIAIS PARA A PRÁTICA.
Disponível em:
http://www.acquariusfitness.com.br/hidroginastica-conheca-os-principais- materiais-para-a-pratica/
CARCI BLOG - OFICIAL.9 equipamentos para hidroterapia que você precisa ter.
Disponível em:
https://blog.carcioficial.com.br/equipamentos-para-hidroterapia/
#souesportista. OS EQUIPAMENTOS E EXERCÍCIOS DE HIDROGINÁSTICA CONFIRA.
Desponivel em:
https://souesportista.decathlon.com.br/equipamentos-e-exercicios-de- hidroginastica- 2/#:~:text=Eleva%C3%A7%C3%B5es%20de%20pernas,bra%C3%A7os%20no s%20lados%20do%20corpo.
Pratique Fitness. Tudo sobre a aula de hidroginástica exercícios.
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15 Clarissa Stefani Teixeira, Universidade Federal de Santa Maria. Érico Felden Pereira, Universidade Federal de Santa Maria. Angela Garcia Rossi, Universidade Federal de Santa Maria. A hidroginástica como meio para manutenção da qualidade de vida e saúde do idoso.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-estar UP CURSOS 2023
A Importância da Atividade Física na Terceira Idade
"O sucesso é a soma dos pequenos gestos repetidos dia a dia"
(Robert Collier)
Nossa Cultura Corporal:
O Jogo, o Esporte, a Dança, a Ginástica e a Luta
O corpo humano, ao estar atado ao mundo em que vive, cria movimentos e, ao mover-se, cria sentidos, desequilibra, inverte. Sobre a relação entre corpo e mundo, o autor afirma: ―Qualquer que seja o modo pela qual a compreendamos (a idealidade cultural), ela já brota e se espalha nas articulações do corpo estesiológico‖ (MERLEAU-PONTY, 1964, p. 197). Prolongamentos do corpo, dobras do corpo no mundo, uma percepção selvagem, posto que indeterminada. A ontologia do ser selvagem em Merleau-Ponty (1964), como ser da criação, ultrapassa as determinações que atravessam o corpo, mas o corpo se dobra, desdobra, cria novos arranjos, performances, sentidos.
Nesse contexto, nosso corpo guarda e cria a história que nos concebe como indivíduos da espécie humana, desde que nascemos. A espécie humana é universal, perpetuada graças à interação entre indivíduos de grupos diferentes, responsáveis pela diversidade individual e étnica. De acordo com a teoria da exogamia, a diversidade é fundamental para a manutenção dos seres humanos (LÉVI-STRAUSS, 1976).
Cada organismo existe a partir de uma célula, a qual possui certas estruturas iniciais e esta estrutura inicial é resultado da história da filogenia. Dando continuidade à historicidade do corpo, vamos construindo outra história mediante nossas experiências de vida. O corpo humano possui a mesma organização dos seres vivos, porém, com estrutura diferente, vai adquirindo originalidade à medida que interage com o entorno. A história de mudanças na estrutura de um organismo em interações com o meio, ou seja, a ontogenia é denominada de deriva estrutural. Nesta:
As mudanças estruturais que ocorrem são contingentes com as interações com o meio. Não são determinadas pelas circunstâncias do meio, mas são contingentes com elas, porque o meio apenas desencadeia no ser vivo mudanças estruturais. E vice-versa: o meio muda de maneira contingente com as interações com o organismo. (MATURANA, 2001, p. 82).
A cultura de movimento, ao envolver a relação entre corpo, natureza e cultura, configura-se como um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo de nossas vidas e da história. Um conhecimento marcado pela linguagem sensível, que emerge do corpo e é revelada no movimento que é gesto, abarcando os aspectos bioculturais, sociais e históricos, não se resumindo às manifestações de jogos, danças, esportes, ginásticas ou lutas, mas abrangendo as diversas maneiras como o ser humano faz uso do ser corpo, ou seja, como cria e vivencia as técnicas corporais. Um conhecimento que permite a compreensão do mundo por meio do corpo em movimento no ambiente, cultura e história. A linguagem sensível é revelada pela movimentação do corpo no tempo e no espaço de cada indivíduo e da comunidade. Somos capazes de criar e recriar, e, ao mesmo tempo em que nos expressamos, conseguimos nos comunicar.
Os jogos, as danças, os esportes, as lutas ou as ginásticas são criações que surgem da necessidade de perpetuar o seu criador, que morre, mas ao mesmo tempo consegue sobreviver por meio desses acervos, desafiando e vencendo a própria morte e os limites que a vida impõe. Essas criações são recriadas por meio de novas descobertas, de novas interpretações dos indivíduos e das sociedades e são transmitidas por gerações, por diferentes grupos e épocas. Elas possuem normas específicas e independentes, mas podem se alastrar pelas diversas sociedades, permitindo as trocas culturais.
O objetivo da Abordagem dos Jogos Cooperativos na Educação Física é que todos os participantes joguem uns com os outros e, não uns contra os outros, buscando a participação de todos, sem que alguém fique excluído, pois as metas são coletivas e, não individuais. Ganhar e perder servem para o aperfeiçoamento coletivo e pessoal de cada aluno.
Inclusão: trabalhar com as pessoas no sentido de ampliar a participação e a integração delas no processo em curso.
Coletividade: conquistas e ganhos que somente conseguem coletivamente.
Igualdade de direitos e deveres: responsabilidade de todos pela decisão e gestão, como a repartição dos benefícios promovidos pela atividade cooperativa.
Desenvolvimento Humano: o aprimoramento do ser humano enquanto sujeito social.
Leitura de Práticas Corporais
As práticas corporais são fenômenos que se mostram, prioritariamente, ao nível corporal e que constituem-se como manifestações culturais de caráter lúdico, tais como os jogos, as danças, as ginásticas, os esportes, as artes marciais e acrobacias, entre outras práticas sociais.
Ao interpretar esportes, jogos, lutas e danças, a turma consegue entender como essas manifestações se inserem na cultura e cria diferentes maneiras de adaptá-las ao ambiente escolar.
Segundo a perspectiva cultural, tendência dominante hoje no ensino da Educação Física escolar, todas as manifestações corporais expressam traços relevantes de uma cultura. Assim, atividades costumeiramente deixadas de lado pelas aulas tradicionais, como brincadeiras, danças e jogos praticados pelas famílias, se igualam aos esportes dominantes.
Uma opção interessante para essa eleição inicial é o chamado diagnóstico do patrimônio de cultura corporal da turma. Pergunte aos alunos que tipos de prática estão acostumados a fazer e quais jogos, esportes e danças são os preferidos de amigos e parentes. Para aprofundar a investigação, vale verificar o equipamento esportivo existente na comunidade (ginásios, academias, campos ou parques) e relacioná-lo às modalidades levantadas pela classe.
Na disciplina, o corpo é encarado como um suporte textual, que carrega a história e a cultura de um grupo social. Os gestos característicos de cada manifestação são o texto a ser lido, atividade realizada por meio da interpretação de uma série de códigos - não só biológicos mas também sociais e culturais. Além da leitura de movimentos em atividades reais à vista da garotada, você pode lançar mão de vídeos e filmes, usando sempre os recursos que a tecnologia oferece: retroceder ou congelar imagens, por exemplo, pode ser muito útil para a turma tirar dúvidas ou captar nuances da prática.
As atividades físicas e as práticas corporais são importantes aliadas da saúde e do bem-estar. Tais como:
Fortalecimento dos ossos e músculos;
Melhora do condicionamento muscular e cardiorrespiratório;
Redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, fibromialgia, alguns cânceres, entre outras doenças;
Melhora da saúde mental e do humor;
Redução do estresse;
Controle da pressão arterial e níveis de açúcar no sangue;
Melhora em quadros de depressão;
Aumento da autoestima e da sensação de bem-estar;
Aumento da expectativa de vida;
Melhora da qualidade do sono;
Controle de peso;
Manutenção da autonomia nas atividades diárias e prevenção do risco de quedas para pessoas de terceira idade.
As finalidades da educação física escolar têm sido muito debatidas, desde a década de 1980, e isso tem contribuído para que os professores da área trabalhem com várias propostas pedagógicas baseadas em tendências ou abordagens educacionais das mais diversas. Uma observação recorrente entre vários autores é que a educação física apresenta-se como uma disciplina essencialmente procedimental, principalmente voltada ao ensino e à prática de modalidades esportivas ou atividades recreativas, levando-nos a crer que muitos professores de Educação Física ancoram os conteúdos pertinentes a sua área quase que exclusivamente nos conhecimentos anátomo-fisiológicos.
Fundamentos da Fisiologia Humana
O corpo humano é marcado pelo equilíbrio químico, mas, às vezes, podem ocorrer distúrbios.
A fisiologia humana é o ramo da fisiologia voltado para o estudo dos seres humanos. Muito de seu conhecimento foi obtido através de experimentos em animais. A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados: a primeira diz respeito à forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo.
Para que a Educação Física realmente contribua com a formação do cidadão, crítico e consciente deve-se ir além da simples prática de atividade motora visando à melhora da aptidão física e da saúde. Para isso, não é mais possível oferecer programas com base na repetição de movimentos estereotipados, regidos pela lógica da automatização e por princípios fisiológicos que trazem pouco ou nenhum significado para a pessoa, permitindo, tampouco, sua utilização em outras situações do dia-a-dia.
Sobre isso, o Coletivo de Autores (1992, p.50), refere-se à Educação Física como sendo:
[...] uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança e ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.
A Fisiologia (do grego physis = natureza e logos = estudo) é o estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, bem como dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios. Na Fisiologia se estuda o funcionamento dos sistemas celulares e orgânicos (nervoso, muscular, endócrino, cardiovascular, respiratório, digestório e urinário), bem como suas interações entre si e com o meio ambiente. De forma geral, a fisiologia aborda assuntos relacionados à nutrição, circulação, respiração, excreção, aos sistemas de integração aos movimentos corporais,
suporte e movimentos corporais, controle imunitário e reprodução, ao logo da história evolutiva.
A fisiologia como a entendemos e a praticamos hoje foi moldada ao longo do século XIX, sobretudo na Alemanha e na França. A fisiologia alemã teve em Johannes Müller (1801-1858) uma de suas maiores figuras. Professor e inspirador de toda uma geração de grandes fisiologistas, Müller e seus discípulos foram responsáveis por descobertas decisivas para o futuro da disciplina. Dentre os principais conceitos desenvolvidos na Alemanha dessa época, a teoria celular, sem dúvida, ocupa um lugar central. A ideia de que a célula é a unidade fundamental de todos os organismos vivos foi desenvolvida por dois alunos de Müller: Matthias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882).
As primeiras células, no entanto, foram observadas pela primeira vez quase duzentos anos antes, pelo inglês Robert Hooke (1635-1703), com o auxílio do então recém inventado microscópio. Contudo, foi apenas em 1839, quando Schwann publicou suas pesquisas sob o título Mikroskopische Untersuchunger über die Uebereinstimmung in der Structur und dem Wachstum der Thiere und Pflanzen (Pesquisas Microscópicas sobre a Conformidade na Estrutura e Crescimento entre Plantas e Animais) - obra que incorporava os trabalhos de Schleiden - que a célula passou a ser vista como a sede das atividades metabólicas do organismo. A eletrofisiologia obteve um grande avanço também nas mãos de outros dois alunos de Müller: Emil du Bois-Reymond (1818-1896) e Hermann von Helmholtz (1821-1894). Foi Helmholtz o primeiro a medir a velocidade de condução de um potencial de ação no nervo.
Durante o século XX, diversos mecanismos de controle do meio interno (conhecidos atualmente como mecanismos de retroalimentação negativa) foram desvendados. Em 1929, Walter B. Cannon (1871-1945) recuperou a ideia de Bernard ao propor o termo homeostasia – conceito central da moderna fisiologia. O século XX assistiu também ao nascimento da bioquímica e da biologia molecular, disciplinas que viriam a incorporar-se definitivamente à fisiologia. A elucidação da estrutura do DNA, realizada por James Watson (1928-) e Francis Crick (1916-2004) foi provavelmente um dos pontos altos dessa revolução. A partir dessa descoberta, os mecanismos genômicos responsáveis pelos processos fisiológicos puderam começar a ser desvendados.
A Educação Física Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Atividades Recreativas Variadas
Objetivos da Aula: Proporcionar a participação espontânea dos alunos, nas brincadeiras e jogos recreativos, possibilitando um conhecimento real das capacidades da turma.
Conteúdos: Brincadeiras e jogos utilizando os sentidos, coordenação, agilidade, velocidade e manejo da bola.
Atividades Recreativas Voltadas ao Futsal
Objetivos da Aula: Estimular a integração entre o grupo, desenvolvendo suas habilidades no futsal.
Conteúdos: Brincadeiras e jogos recreativos de agilidade e atenção, voltados ao esporte.
Atividades Voltadas aos Fundamentos do Futsal
Objetivos da Aula: Realizar atividades e jogos recreativos, mais elaborados aos fundamentos básicos do futsal, que proporcione aos alunos uma melhor noção, execução e assimilação dos mesmos em situações de jogo, sem busca de finalidade técnica.
Conteúdos: Atividades e jogos, que introduzam exercícios dos fundamentos básicos do futsal como, domínio, recepção, passe, chute e deslocamento com bola.
Atividades Recreativas Voltadas ao Handebol
Objetivos da Aula: Proporcionar atividades e jogos que desenvolvam de forma recreativa, as habilidades básicas do handebol, sem seguir regras próprias do jogo, estimulando assim a prática e um melhor conhecimento do mesmo.
Conteúdos: Atividades recreativas, coordenação motora, coletividade e movimentos básicos do esporte.
Atividades Voltadas aos Fundamentos do Handebol
Objetivos da Aula: Atividades e jogos recreativos, que proporcionem aos alunos uma melhor noção do esporte, através de uma aprendizagem divertida dos principais fundamentos do handebol, aplicando a prática do mesmo e expondo algumas regras básicas, mas sem cobrança.
Conteúdos: Exercícios recreativos, voltados aos fundamentos básicos do handebol, como, passe, recepção, arremesso, condução e locomoção sem finalidade de execução de forma técnica.
Atividades Recreativas Voltadas ao Voleibol
Objetivos da Aula: Proporcionar atividades recreativas e divertidas que desenvolva o voleibol, através de brincadeiras diversificadas, sem cobrar regras próprias do jogo e fundamentos visando uma breve adaptação dos alunos ao esporte.
Conteúdos: Exercícios recreativos voltados ao voleibol, que trabalhem a coletividade, lateralidade e orientação espacial.
A Cultura do Movimento
Na escola, há pressão para que se invista no discurso da saúde, ou do combate ao sedentarismo. Mas, nas diretrizes atuais, a educação física está inserida na área de linguagens.
De forma bastante sintética, a cultura corporal é uma parcela da cultura mais ampla que abarca todos os conhecimentos e representações relativos às práticas corporais.
Mediante contribuições da sociologia, antropologia, história, filosofia, política, semiótica e, mais recentemente, dos estudos culturais, a antiga preocupação com a aprendizagem dos movimentos foi substituída pela tematização da cultura corporal.
A linguagem corporal é uma forma de comunicação não-verbal. Abrange principalmente gestos, postura, expressões faciais, movimento dos olhos e a proximidade entre o locutor e o interlocutor (Proxêmica). Contribuem para o estudo da Linguagem Corporal — chamada de Sinergologia por alguns autores — a Cinesiologia, ciência que analisa o movimento do corpo humano, a Paralinguagem, a Programação Neuro-Linguística (PNL), a Neurociência, a Psicologia, a Proxêmica e a Oratória.
Os primeiros estudos científicos sobre linguagem corporal foram feitos por Charles Darwin e publicadas no livro ―A expressão das emoções em homens e animais‖. Darwin defendia que os mamíferos demonstravam suas emoções através de expressões faciais. A linguagem corporal foi uma das primeiras formas de comunicação humana e continua sendo uma das mais fortes e expressivas. A Linguagem corporal vem sendo utilizada há milhões de anos e está relacionada principalmente ao sistema límbico (mesencéfalo), a segunda estrutura mais primitiva do nosso cérebro.
Outra grande contribuição ao desenvolvimento dos estudos sobre linguagem corporal foi dada pelo psicólogo Paul Ekman. Partindo do pressuposto que Charles Darwin havia se enganado ao afirmar que os mamíferos já nascem sabendo interpretar e demonstrar um grupo de expressões faciais, Ekman dedicou mais de 50 anos da sua vida ao estudo das emoções humanas.
O Desenvolvimento de Habilidades Corporais
Para a Educação Física escolar, habilidades motoras ou habilidades motoras básicas ocupa definitivamente um lugar em qualquer currículo, principalmente na educação infantil.
Para Magill (1984) a National Education Association (NEA) defendia em seu currículo, a necessidade de considerar a pessoa como um todo. Para isso, a classificação do comportamento humano em categorias dos domínios cognitivo, afetivo e motor, pareciam convenientes. Quanto ao domínio motor, o autor considera que o movimento é a base desse domínio, e que às vezes é mencionado como domínio psicomotor pelo envolvimento de um componente mental ou cognitivo na maioria das habilidades motoras.
Magill (1984) considera ainda que, a habilidade motora ou comportamento do domínio motor envolva componentes de outros domínios. Jogar futebol, por exemplo, onde há predomínio dos componentes do domínio motor. ―Obviamente, comportamentos cognitivos e afetivos também estão envolvidos. Quando se dá atenção aos tipos de comportamento que se deseja como resultado de uma situação de aprendizagem, então os objetivos podem ser definidos com mais propriedade para aquela aprendizagem, então a meta da educação é a educação do individuo como um todo, então um entendimento dos domínios do comportamento pode servir como base para garantir que o processo educacional de fato envolve o indivíduo inteiro‖.
O entendimento sobre a formação integral da pessoa parece ser uma das maiores preocupações da educação como um todo, as dimensões dos conteúdos referidas nos PCNs (1997), os quatro pilares da educação proposta por Jacques Delors (2012), apontam nesse sentido.
Para Magill (1984, pag. 48), ―Quando aprende habilidades motoras, o aprendiz tem que processar informações‖. Por isso, o desenvolvimento das habilidades motoras não ocorre de forma isolada. Nesta perspectiva, as habilidades proposta no quadro a seguir não deverão ser tratadas fora de um contexto.
Utilização de Habilidades:
Correr, Saltar, Arremessar, Rolar, Bater, Rebater, Receber, Amortecer, Chutar, Girar, etc.
Habilidades Manipulativas abrangem movimentos grossos e finos. Manipulação motora grossa refere-se aos movimentos que envolvem dar força a objetos ou receber força dos objetos. Arremessar, receber, chutar, agarrar e rebater são consideradas habilidades motoras fundamentais manipulativas grossas. As habilidades manipulativas do esporte são uma elaboração com um aprofundado refinamento destas habilidades básicas. Gallahue, 200
O equilíbrio é uma habilidade importante até mesmo para andar, até mesmo nos esportes como Ginástica Olímpica, Surfe, skate, Slackline, atividades circenses, etc.
Constituem a base para as outras habilidades locomotoras e manipulativas porque todo o movimento envolve um elemento de equilíbrio. As habilidades motoras de equilíbrio, às vezes referidas como habilidades não locomotoras são aquelas que permanecem no lugar, mas se mover ao redor de seu eixo horizontal ou vertical. Há tarefas de equilíbrio dinâmico nas quais o objetivo é obter ou manter o equilíbrio contra a força da gravidade. Gallahue, 2008 O equlíbrio pode ser dinâmico e estático.
Habilidade motora aberta: envolve um ambiente instável e imprevisível em que um objeto ou o meio ambiente está em movimento e determina quando começar a ação.
Habilidade motora fechada: envolve um ambiente estável em um ambiente estático em que o executante determina quando começar a ação.
O movimento pode ser classificado de acordo com seu nível de desenvolvimento, como sendo as fases reflexiva, rudimentar, fundamental ou especializada de desenvolvimento motor. Os movimentos na fase reflexiva de desenvolvimento são involuntários por natureza e caracterizados pelo reflexo primitivo e de postura da infância precoce. Os movimentos rudimentares são caracterizados pelas habilidades básicas de movimento da infância e da fase de engatinhar. A aprendizagem de habilidade de movimento utilizada por crianças na pré-escola ou nos primeiros anos do ensino fundamental é característica da fase fundamental de desenvolvimento do movimento. Finalmente, a fase de habilidade de movimento especializada é simbolizada pela aprendizagem de habilidade de movimento mais complexa de crianças em uma idade mais avançada, adolescentes e adultos. Embora o desenvolvimento esteja relacionado com a idade, deve-se lembrar que não depende dela. Em outras palavras, a idade cronológica é apenas um indicador geral da fase em que se está na hierarquia de desenvolvimento de aprendizagem de habilidade de movimento.
Ao reconhecer os requisitos da tarefa da habilidade em particular que está sendo ensinada, consciente do nível de habilidade do aprendiz, e considerando as condições do meio ambiente o professor/técnico ativo utiliza todas as cinco dimensões para estruturar as situações ensino-aprendizagem significantes. A interação entre os requisitos da tarefa de movimento, a biologia do indivíduo, e as condições do meio ambiente de aprendizagem, e as cinco dimensões de movimento torna-se óbvia.
Referências Bibliográficas
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Disponível em:
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/6135/4981
Prof. Marcio Costa.Abordagem Jogos Cooperativos na Educação Física.
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Paulo Gama. Revista Nova Escola. Ler o que o corpo produz.
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Cristina Mary da Silva. CONTEÚDOS CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A QUINTA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE SISTEMATIZAÇÃO.
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http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/ Minha Biblioteca. Entenda a importância do livro ―Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia‖.
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http://www.mcv.ufes.br/fisiologia Atividades de EDUCAÇÃO FÍSICA para Séries Iniciais.
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http://vanusanath.blogspot.com/2011/10/atividades-de-educacao-fisica- para.html GABRIEL JARETA, 8 DE JULHO DE 2015. Cultura do movimento.
Disponível em:
https://revistaeducacao.com.br/2015/07/08/cultura-do-movimento/
Wikipédia, a enciclopédia livre.Linguagem corporal.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_corporal Habilidades Motoras.
Disponível em:
http://www.saosebastiao.sp.gov.br/ef/pages/Corpo/Habilidades/index.html HMF Desenvolvimento Motor.
Disponível em:
https://www.facebook.com/HMFdesenvolvimentomotor/posts/19430142993568 56/ David L. Gallahue.A CLASSIFICAÇÃO DAS HABILIDADES DE MOVIMENTO: UM CASO PARA MODELOS MULTIDIMENSIONAIS ,
Disponível em: http://files.virtuosojr.webnode.com.br/
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